Iniciou, neste sábado (4/9), a tradicional Copa Brasil de Futsal de Surdos, competição que conta com 17 equipes masculinas e seis femininas, disputada entre os dias 4 e 7 de setembro. É a primeira vez que Contagem sedia esta competição, resgatando uma tradição inclusiva da cidade. Estiveram presentes à cerimônia de abertura, a prefeita Marília Campos, o vereador Arnaldo de Oliveira, a vereadora de Belo Horizonte, professora Marli, o deputado estadual José Guilherme, secretários e demais autoridades.
"Sou presidente da Federação Mineira de Surdos e estou muito feliz. Há anos buscamos trazer esse evento para o Estado, que se tornou realidade", celebra Dener Vasconcelos. A presidente da Confederação Brasileira de Desportos para Surdos - CBDS, Daiana Kyosen, concordou: "Temos 23 equipes, todas qualificadas. É muito bom trazer isso para o Estado onde nasci, numa cidade que respeita a pessoa com deficiência". Em ambos os casos, os discursos foram feitos em libras e narrados pela tradutora Larissa Matos.
Times de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Paraná e Rio Grande do Sul participam do torneio masculino. No feminino, as equipes são de Minas, Distrito Federal, Goiás, Rio de Janeiro e Paraná.
Para a prefeita Marília Campos, uma cidade inclusiva é exemplo de democracia. "Defendo muito a democracia, num conceito não apenas no direito de votar, mas de uma forma mais ampla, com a cidade abrangendo a todos e todas, inclusiva e acessível. Hoje é um presente para Contagem".
O secretário de Direitos Humanos e Cidadania, Marcelo Lino, lembrou que a inclusão faz parte do projeto de Contagem, prova disso é que a cidade está sediando um torneio de relevância nacional. "Há alguns dias inauguramos um ginásio que será usado por atletas cadeirantes e hoje presenciamos a Copa Brasil. Isso significa que estamos preocupados com a inclusão das pessoas com deficiência e, isso, coloca Contagem no circuito nacional do paradesporto. Num momento que o Brasil se supera nas Paraolimpíadas de Tóquio, batendo o próprio recorde. "O esporte é um excelente instrumento de inclusão social, que mostra a capacidade da pessoa com deficiência".
O secretário de Esportes e Juventude, Rubens Macedo, lembra que Contagem sempre cuidou da inclusão, algo que se perdeu por um tempo."A cidade é plural e precisa criar espaço para todos estarem inseridos. A nossa missão é transformar realidades. Hoje é um torneio importante e simboliza nosso esforço em manter diálogos com confederações para realizarmos mais atividades nesse sentido".
"É de suma importância Minas sediar esportes inclusivos. Parabenizamos a condução da Confederação, que tem à frente a Daiana Kyosen, uma mineira, e a Prefeitura de Contagem", destacou o deputado estadual José Guilherme. "Nossa luta, na Assembleia, é para cobrar um direito das pessoas, não favores. Pessoas com deficiência são brasileiros como nós e precisam de respeito e espaço", complementa. A vereadora professora Marli concorda com José Guilherme. "A bandeira do esporte é a alma para todas essas pessoas. A inclusão é necessária todos os dias, em todos os lugares".
Jogo de estreia
A Associação de Surdos de Contagem - ASC feminina começou com derrota. Perdeu para a Associação de Surdos do Rio de Janeiro - ASURJ por 6x1. Ao todo, nove jogos aconteceram neste sábado, nas categorias masculino e feminino, e outros dez no domingo. Segunda e terça-feira estão reservadas, respectivamente, para as semifinais e finais.
Os jogos foram disputados no Ginásio Poliesportivo Riacho. Em virtude do decreto municipal nº 280, de 13 de agosto de 2021, artigo 2º, parágrafo 2, não haverá presença de público nos jogos da competição.
As partidas podem ser acompanhadas pelas redes sociais da Confederação Brasileira de Desportos de Surdos - CBDS, pelo Facebook e Instagram. Durante o primeiro jogo, a tradutora Larissa Matos contou que cerca de 450 pessoas assistiam simultaneamente.
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